** A seita juntou-se para ir a Fátima em 2 dias pelos Caminhos de Santiago * (sentido inverso obviamente). * (Os Caminhos de Santiago originais, com origem no Sec.IX, não passavam pela Cova da Iria (Fátima), cujas aparições tiveram origem apenas em 1912).
Rui Silva (mentor do projecto); Pimenta “Saca Saca”: Sousa “Trepador”; Sérgio “Fugas”; Manel “Xinateiro” e Vidinha “furos”. Foram ainda mais 4 pecadores, só para passear: Pedro “Trilhos”; Jorge Almeida; Ferreira na logística e o Salapismo, que embora não tenha sido convidado resolveu
acompanhar-nos.
** Como numa peregrinação o objectivo é o caminho e não a
chegada, o nosso caminho foi cheio de azares o que só contribuiu para a
qualidade do mesmo.
Dia 1.
** Logo de manhã cedo, junto à Sé do Porto, vi logo que ia correr
mal, pois o Jorge Almeida, que é da concorrência, apareceu e tivemos que o aturar, o que nos valeu é que o caruncho já não lhe perdoa e em Águeda,
arranjou uma desculpa qualquer “Ah e tal um amigo meu vai passar aqui de carro
e eu vou com ele.”
Entretanto o Pimenta furou e o Vidinha também.
Entretanto o Pimenta furou e o Vidinha também.
**Seguimos o Caminho de Santiago que se encontra, pelo
menos na zona do Porto, bastante bem sinalizado,atravessando a Serra de
Canelas.
** O já merecido almoço foi arranjado pelo nosso profissional da logística, Ferreira, em que nos arranjou nem mais nem menos, do que uma cabidela caseira, Albergaria-a-Velha, no café "Bijou", com direito a acondicionar as bikes no quartel dos Bombeiros, já ali ao lado. Fomos recebidos á boa maneira portuguesa e do tacho rezam as crónicas que nem os ossos escaparam...
** Em Águeda, o carro da Logística parece que também não foi
avisado que a viagem era grande e resolveu “meter parte doente” e regressar a
casa também. O Rui Silva e o Ferreira lá se desenrascaram com o reboque,
táxis e carrinhas emprestadas e deu para ir ter a Coimbra (final do 1º dia).
** Com estes problemas todos, chegamos a Coimbra já de
noite, mas são e salvos, menos o Jorge Almeida, mas esse também era da
concorrência…
- A viatura da logística também regressou a casa;
- Não sei se já disse mas o Vidinha e o Pimenta furaram outra vez;
- A Ponte em Lamas do Vouga ruiu (não fomos nós, a sério que não);
Pedro "Trilhos" Silva.
2º dia e o “salapismo” continua…
** Após um sono reparador…, se é que é possível com tantos
roncos, acordámos pelas 6h30, mais uma vez o Vidinha com um
furo, sem andar!
** Carregamos baterias no pão quente “Doce Mel”, com um pequeno-almoço
reforçado, lá fomos descendo até ao Mondego, da ponte podia ver Coimbra a
acordar, com o sol madrugador a espalhar a sua ténue luz sobre o casario
deixando a Cabra, torre da Universidade. Coimbra como um farol dominando o promontório
onde, de facto, morfologicamente se levanta. Mas para ter esta visão foi
preciso subir bem, aliás foi sempre a subir, quase que saia o reforço da manhã.
** Ao fim de algum tempo chegámos às ruínas de Conímbriga, vá
lá que não estava ninguém e não foi
preciso pagar para ver os nossos antepassados romanos.
preciso pagar para ver os nossos antepassados romanos.
** Estava tudo bem, até que um telefonema do motorista
Ferreira, do carro da logística, alterou os planos, a sua esposa estava no
hospital. O Manel levou-o ao Comboio a Coimbra e encontrou-se com a malta no
Rabaçal, terra do bom queijo, que ninguém quis provar.
** Bem, como ninguém queria conduzir o carro de apoio,
combinamos deixar o carro na GNR de Ansião. Pelo caminho, a porta da carrinha
abriu-se e as bikes quase saíram pela traseira, mas desconfio que foi por causa
das moças de cor alternativa, que ganham a vida na berma da estrada, pois o
Sousa, parece que tinha um “furo” e as raparigas tinham ar de quem
conseguia encher o pneu!
** Entretanto, o Manel seguiu pela nacional, pois tinha razão, com 60
anos talvez não venha mais a Fátima e pela estrada era mais cómodo para ele.
** O Sérgio Fugas partiu mais uma vez a corrente, mas ponderou se não terá sido da aletria que ingeriu, pois fica com a pedalada mais dura e
parte tudo! Temos agradecer aos colegas da GNR de Ansião, foram
inexcedíveis, trouxeram o almoço para todos prontificaram-se a guardar o carro
de apoio. Mas não foi preciso pois o Pimenta já estava pelos poucos cabelos e
preferiu conduzir o carro.
** Fomos marcando o nosso encontro em Freixianda, o que não
estava fácil, pois a partir daquele local o
caminho começa a ser de mais difícil perceção, as marcas não estão visíveis ou com marcações enganosas obrigando a fazer uma grande subida com a bike pela mão para ter ao mesmo caminho! Alguém andou a brincar com as setas azuis, pois as amarelas desapareceram.
caminho começa a ser de mais difícil perceção, as marcas não estão visíveis ou com marcações enganosas obrigando a fazer uma grande subida com a bike pela mão para ter ao mesmo caminho! Alguém andou a brincar com as setas azuis, pois as amarelas desapareceram.
** A faltar 10 km para o santuário, cerca das 18h20, optámos por ir
pela estrada, isto porque as setas e o gps não estavam em consonância.
** Em S. Sebastião, nas imediações de Fátima, tínhamos de optar
pela estrada N356 ou pela estrada de Alvega. Optamos pela última, mas foram 8
km sempre a subir (10%) de inclinação.
** A nossa aventura, pelos Caminhos de Santiago ou Fátima,
terminou pelas 19h20 quando chegamos finalmente ao Santuário, ali sim tivemos a alegria de
terminar e de encontrar Paz e descanso.
** Mais uma vez os colegas da GNR, do posto de Fátima foram
excecionais, ali tivemos guarida para o carro de apoio e direito a um banho quentinho,
pois o frio já se fazia sentir.
** Abalámos pelas 21h30, após ter pago as promessas, fomos
aconchegar o estômago com um leitão na Mealhada, pois a alma já estava
confortada, pelo objetivo alcançado.
** No fim de contas, o caminho é duro na chegada a Fátima, mas
muito bonito na sua extensão.
Vale a pena faze-lo, pela sua beleza estética e intrínseca,
pois o laços de amizade saem fortalecidos, apesar dos azares, ninguém se magoou e as avarias foram normais.
3 comentários:
A acompanhar mafarricos e pecadores deste calibre, fiquei com o meu "cadastro" limpo para mais 100 anos... Uma epopeia e um trajeto que me surpreenderam bastante pela positiva e por alguma dureza, sendo que de Coimbra a Fátima o percurso é realmente espetacular, por mim a repetir um dia destes. Apesar dos muitos azares, os acontecimentos deram mais picante e improviso à viagem, a chegada ao santuário foi emocionante.
O Rui, como é já seu timbre, esmerou-se nesta organização e fez das tripas coração, das adversidades a sua força motora. Uma palavra de apreço para todos os colegas da GNR, para o Ferreira, uma máquina na logística e na boa disposição e para o espírito de rebeldia e sempre jovem Manel Xinateiro.
Quanto aos furos e sabotagem da carrinha por parte de alguns chouriços, foi aberto um inquerito pela PGR...
Estas aventuras de vários dias, são sempre para ficar na memória. Principalmente pelo companheirismo, que se vive durante e após a fase de pedalar.
Só sou da opinião, que se deve começar a fiscalizar as máquinas antes de iniciar as viagens, para descartar de imediato, bikes coladas com cuspe, fita-cola e arames , senão paramos muitas vezes, para reparar avarias...
Foi com um enorme prazer que fiz parte deste fantástico grupo, cada um com o seu motivo pessoal o quis realizar. É sempre um prazer pedalar com grandes amigos e quando se junta Amizade, Fé e o prazer de fazer o que gostamos dá em dias fantásticos e inesquecíveis. Para a próxima menos desculpas para o caruncho acumulado nas pernas. De salientar o grande empenho e dedicação do organizador para que tudo corre-se bem. Foi uma grande emoção com a chegada ao destino e com o sentimento de dever cumprido.
Enviar um comentário