domingo, 19 de junho de 2022

GR13 VIA ALGARVIANA

** Este ano, em Junho, a epopeia anual destes 7 mafarricos  - Ferreira, Rui Silva, Sérgio, Pimenta, Sousa, Santos e Cirilo, recaiu sobre a GR13 Via Algarviana.

** No sítio, ali consta que a GR13 - Via Algarviana parte de Alcoutim, nas margens do rio Guadiana, e termina com o oceano Atlântico à vista, no Cabo de São Vicente. Pelo caminho, atravessa o interior do Algarve ao longo de cerca de 300 quilómetros, divididos em 14 setores que o levam a descobrir uma paisagem rica e diversa. A GR13 cruza as três serras algarvias (Caldeirão, Monchique e Espinhaço de Cão), o barrocal, a beira-serra e parte do Parque Natural do Sudoeste Alentejano e Costa Vicentina. 

** Mantivemos o aconselhado pelo guia oficial da Via Algarviana e dividimos a epopeia em 5 etapas: Alcoutim a Vaqueiros / Vaqueiros a Salir / Salir a Silves / Silves a Marmelete / Marmelete a Sagres.


** Da nossa experiência e vivência destas epopeias, a GR13 afigurou-se realmente bastante dura, um sobe e desce constante, muitas zonas sem qualquer rede de apoio e rede móvel, as duas primeiras etapas são bastante penosas, sem grandes variedades de paisagem e natureza, acrescenta-se o calor intenso que fez mossa em plena Serra do Caldeirão, serra muito agreste e desnudada, fruto dos incêndios passados, valendo pelo contacto e conversas com os poucos residentes dos lugares e vilarejos daquela região.

** A partir da 3a etapa, em Salir, a história da GR13 muda radicalmente, com zonas semelhantes ao Caminho de Santiago, mantendo-se o rompe pernas habitual. A etapa Rainha, de Silves a Marmelete, a mais curta mas com mais desnível ( 46.90 KMS com 2689 acumulado), começa de forma brutal com um autêntico carrossel até à Fonte Santa, para depois nos levar ao alto da Picota e em seguida ao ponto mais alto do Algarve, a Fóia, no seus 902m, sendo um desafio para qualquer betetista, dado o declive do terreno e o piso com pedra solta. O Pedro Cintra ainda nos fez companhia na subida de Monchique à Fóia e foi o mote para reencontrar amigos de longa data e de outras aventuras. 

** Nesta etapa rainha, alerta-se que, após a subida por caminho de cabras, impossível de fazer de BTT e mesmo a pé é dura, da Fonte Santa, cujo percurso seria aconselhável a fazer um desvio ou um alternativa para bicicletas, existe uma passagem por um terreno particular com indicação de cães perigosos à solta, zona já referenciada no sítio oficial da Via Algarviana. Esta parte do troço revelou-se extremamente penosa e perigosa, perdendo-se aí muito tempo e energias preciosas para a dureza que ainda faltava, saltando-se a parte da subida à Picota. 

** A última etapa de consagração é a mais extensa mas a mais rolante, até ao Cabo São Vicente.

** De salientar que, apesar da dureza do percurso, não houve quedas graves nem avarias de relevo, lamentando-se apenas a partida do Santos "Pantera" no 3º dia, por motivos de saúde, ficando o Ferreira em pranto...

** Para não correr o risco de esquecer alguém ou alguma entidade, como tem sido apanágio agradecemos o apoio dos nossos patrocinadores e da logística, bem como das Câmaras e Juntas das localidades em que nos facilitaram as pernoitas, dos Bombeiros que sempre nos acolheram de braços abertos, pequenos gestos mas tornam grandes quem os tomam.

** Como é apanágio deste grupo de amigos e betetistas, mais uma epopeia realizada e vivenciada aos limites, sempre com a pura partilha de amizade e camaradagem que nos une, sem os quais não era possível de fazer e organizar uma aventura deste tipo.

** Para breve a reportagem dos 5 dias em vídeo.

** Venha a próxima em 2023...  

Manuel Sousa