terça-feira, 15 de setembro de 2015

A GLÓRIA E O ANDANTE

** Este mafarrico passou pela GLÓRIA em dia da espetacular, mítica e centenária subida daquela calçada.


** Vários ilustres intrépidos e intrépidas anónimos, profissionais do BTT e do ciclismo nacional, ex-vencedores da Volta a Portugal e vários convidados enfrentam uma subida de 265m com média de ascensão de 17%, em piso de calçada portuguesa com carris do elétrico a apimentar o resto, enfim o sonho de qualquer mafarrico destas andanças...

** De facto, pude testemunhar in loco o carismo e a singularidade daquela prova num local tão emblemático e sui generis, o público estava ao rubro, os/as participantes transpiravam alegria e boa disposição, os/as mais competitivos/as davam o litro literalmente.
** O vencedor masculino deste ano foi o torpedo RICARDO MARINHEIRO o qual revalidou o seu título, com novo recorde de ascensão 35,59 segundos, retirando assim um segundo ao seu record do ano anterior, a a vencedora feminina foi a VANESSA FERNANDES, bi-campeã da prova, com o tempo de 1 minuto e 8 segundos, obra meus amigos!
** Para o ano há mais espetáculo garantido, quem sabe se algum mafarrico do Bike17Eco se lembra de ali participar. 
** Quanto a este maltrapilho, a questão fulcral não poderia deixar de ser: TENS O ANDANTE CARREGADO E SERÁ QUE O ACEITAM?
 Sousa "Trepador"



Fotos deste Passeio

segunda-feira, 23 de março de 2015

Trilho das Minas dos Carris e Pico da Nevosa

"Se alguém disser, que o cume do Pico da Nevosa, é um local agradável pacífico e paradisíaco, está a mentir, porque na realidade não é. O cume é um local desagradável, frio, ventoso, perigoso devido à altura do rochedo, e até enxames de abelhas lá vivem."



Mas então o que leva a que alguém (nós neste caso) se faça ao caminho, a pé, por um caminho comprido, pedregoso, difícil e de certa forma perigoso, para chegar um local tão desagradável?

Começa com o meu já antigo fascínio com a “conquista ” de pontos altos, uma “enfermidade” que me persegue desde a infância. Enfermidade esta, que aqui há uns anos descobri que tem nome e que possui milhões de doentes espalhados pelo mundo, afinal eu sofro de Peak Bagging.

E tal e qual um vector, contagio quem se encontra à minha volta com a minha doença.
E sendo assim arrastei os meus amigos, “Trepador", ”Saca Saca" e “Fugas”, para este mundo. Há bastante tempo que o Pico da Nevosa me persegue, mas como o trilho mais mítico do PNPG, o Trilho dos Carris, se encontra na zona de protecção total, tenho vindo a adiar a “conquista” deste cume.
O trilho em si, tem cerca de 10 km e segue sempre o vale do Rio Homem até às, há muito abandonadas, Minas dos Carris (Volfrâmio), mais uns cerca de 3 km, até ao Pico da Nevosa.
A aventura começou bem cedo junto à Portela do Homem, equipados com a devida licença, do PNPG, roupa leve, bastante água e comida, que desse para todo o dia, pois contávamos com uma caminhada de 8horas, e bom calçado, (à excepção do Pimenta, que trouxe sapatilhas de ir ao centro comercial), arrancamos para a aventura.
Logo no inicio, vimos uma víbora cornuda a engolir um rã -tendo em conta que as recomendações do ICNF, para as mordeduras de víbora são “manter a calma, pois as mordeduras de víbora cornuda raramente são mortais”, não me parece que tenha corrido da melhor forma para a rã-.

O trilho é bastante pedregoso e sempre a subir até chegar ao planalto dos Carris, onde se encontra as, já há muito abandonadas, minas dos Carris, minas de volfrâmio (tungsténio), que atingiram o maior pico de actividade durante a II Grande Guerra.
Dali foi o ataque final ao cume, por trilho serpenteando pela fronteira, ora do lado de cá ora do lado de lá, até à escalada final e chegada ao Cume do Pico da Nevosa a 1546 metros.
É um local desagradável, frio, ventoso, perigoso e ainda para mais estava cheio de abelhas (vêm-se na foto), mas…

É no espírito que se sente, não interessa o cansaço, o frio nem o perigo, só a estranha sensação de missão cumprida, quando ainda se vai a meio do caminho (falta o regresso) e a esmagadora sensação de liberdade ao olhar à volta e contemplar a paisagem, uma espectacular vista sobre Portugal e Espanha. Vale bem a pena.
Na descida tudo normal, tirando as solas do Pimenta que continuavam cair aos bocados.
No fim, mais “pico” para o saco da colecção (peak bagging) e outra historia para recordar.

Fotos deste Passeio