domingo, 29 de junho de 2014

A INQUIETUDE DE UM TREPADOR / O ASAS NOS PÉS À MODA DO BIKE17ECO.

*** A INQUIETUDE DE UM TREPADOR.
* Das inúmeras vezes que passei de carro pela A28, no sentido Porto - Póvoa de Varzim, sempre me INQUIETOU a vista de um monte e de uma igreja, de escadaria acentuada,  os quais se podem avistar já ao longe ao passar junto àquela cidade.
Ao circular naquela estrada, pelo brilho da noite, ainda ficava mais assombrado, dado a sua imponente e magistral figura, iluminada no horizonte.
* A inquietação foi-se instalando, corroendo vagarosamente e deliciosamente a alma deste TREPADOR, até porque das 2 ou 3 vezes que percorri a CICLOVIA que liga Famalicão à Póvoa, e que passa relativamente perto daquele lugar, não me foi possível, por diversos motivos, desviar-me da minha rota...
* Começava a parecer até que aquela imponência toda teria um efeito dissuasor sobre este mafarrico. Querem ver que lhe "faleceu a coragem", lembrando-me agora das palavras de José Saramago!
* Ora, quando marquei o nosso treino, delineando à partida a rota traçada, para 2 dos meus camaradas e amigos destas andanças, PEDRO "TRILHOS" e SÉRGIO "FUGAS", e que seria percorrer os Caminhos de Santiago até Famalicão, entrando depois na Ciclovia até à Póvoa, mas com a condição sine qua non de desviar e descobrir AQUELE LUGAR,  não obtive quaisquer resistências.
* Bem, é certo de que o TRILHOS, na sua já famigerada conhecida boa disposição matinal, ainda desabafou um "não sei o porquê de tanta insistência na ida àquele monte, àquela igreja, mas tudo bem...". Soubesse ele deste meu desassossego!
* O treino/passeio começou, a chuva também resolveu aparecer, as localidades, as serras, os montes, os trilhos, os pãos quentes e cafés foram-se vivendo, percorrendo e degustando.
* E por fim, sem dar por mim, estava já alegremente no SEU topo. A INQUIETUDE tinha-se evaporada, dando agora lugar à merecida PAZ DE  ESPÍRITO e à CUMPLICIDADE...

*** O ASAS NOS PÉS À MODA DO BIKE17ECO.
* Como é sabido, o BIKE17ECO tem já 2 ilustras representantes nas Ciclo-Patrulhas da PSP, a RENATA e a EDITE, o que muito nos honra. Sobre essa matéria podem ler AQUI e AQUI dois artigos já publicados neste blog.
* Ora o que é que sucede: tal é a qualidade da nossa (DES)formação que OS ASAS NOS PÉS lusitanos vieram recrutar este ano mais um atleta da casa, no caso em apreço, o PEDRO TRILHOS.
* Após extensas e duras provas, teóricas e práticas, de acesso ao curso em questão, entrevistas, exames psicológicos, o Trilhos passou com nota máxima e distinção em todas elas. Segundo pude apurar, ele surpreendeu até o júri numa questão fundamental e de caráter eliminatório, e em que muitos candidatos falharam, que era a seguinte: "Tem passe de METRO caso seja necessário?"  Mais nada!

SOUSA "Trepador"

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sexta-feira, 27 de junho de 2014

Relato do nosso Caminho Central Português de Santiago Compostela

** "Avistamos ao longe o topo da Catedral e tentamos seguir o nosso instinto, finalmente entramos no átrio da Praça Obradoiro... Foi uma sensação indescritível, uma mistura de sentimentos mas uma enorme alegria pois o nosso objetivo estava cumprido. Torna-se emocionante ver as outras pessoas que chegam, se cumprimentam, e que se abraçam e choram. Desta aventura só vos posso dizer que foi duro, mas espetacular ao mesmo tempo, é uma experiência fantástica que recomendo pois sentimos e partilhamos coisas do Caminho que não dá para descrever... só mesmo vivendo-as..." Sónia Pimenta no seu diário de bordo.

* FOTO-REPORTAGEM DOS 3 DIAS.

** Saímos de casa em autonomia total, destino Sé do Porto, a chuva ameaçava ficar mas depois de abandonar a Sé, o São Pedro deu-nos tréguas.

** Passamos pela magnífica ponte romana de Vilarinho, sobre o Rio Ave. Logo de seguida o Sérgio lembrou-se de furar....
 ** Chegada a São Pedro de Rates pelas 9H45.
** Chegada a Barcelos e durante este trajeto a Sónia queixou-se de dor no joelho, uma espécie de cãimbra que quase a fazia desistir e estragar a aventura, fizemos uma pausa, uns alongamentos, com mistura de voltaren, a coisa foi abrandando e lá continuamos até Barcelos.
 **Saímos com próximo objetivo Ponte de Lima, que alcançámos pelas 15H00, almoçando na famigerada Tasca das fodinhas.
 ** Esperava-nos a mítica serra da Labruja, com um trajeto brutal, desde andar com a bina às costas, em subidas íngremes e cheias de pedregulhos...
** Finalmente chegamos ao ponto mais alto, iniciando a descida até Rubiães, fim da primeiro dia.
 ** Com 105 kms nas pernas, demos entrada no albergue privado "O Ninho" que previamente tínhamos reservado, fomos muito bem recebidos pela D. Maria que nos tratou como se fôssemos da casa. Este albergue tem umas condições muito boas e é muito acolhedor.
 ** Depois de nos acomodarmos e de um merecido banho, chegam ao albergue mais 9 ciclistas, um grupo de betetistas de Matosinhos/Sr.ª da Hora. Também ali encontrei uma cliente minha, a Sofia, caso para dizer que o mundo é muito pequeno.
** Jantamos e bem num restaurante a 50 metros do albergue, sendo depois horas de ir para o "Ninho". A noite foi um pouco atribulada pois haviam bastantes "motas" a circular, se bem que o Sérgio também fez o favor de partir a cama pelas 04H30, motivo de galhofe àquela hora.
 ** Ao amanhecer reparamos que chovia e bem, ficamos logo com a moral um pouco em baixo mas o Caminho era para continuar. Despedimo-nos com um até já da malta, depois do pequeno almoço na mesa dos "apóstolos", entretanto já tinha parado de chover pelo que continuamos os dois com a nossa aventura.
 ** O próximo destino era Valença que atingimos pelas 10H45, sem antes o Sérgio ter furado novamente e ter começado a chover, tornando o terreno mais pesado.
 ** Deixávamos a nossa rica terrinha para trás, construindo pontes em vez de muros, em direção a Tui.
 ** O Sérgio resolveu inventar num singletrack cheio de lama e resultado: foi à água, valeu a risada pois não houve sequelas da mesma.

 ** Chegada a Pontevedra pelas 19H00, ao albergue do peregrino, onde pernoitamos por 5 euros cada, sendo de realçar também as boas condições daquele. As "motas" é que continuaram a perseguir-nos durante a noite, dando cabo do merecido descanso....
 ** Depois da noite atribulada, resolvemos sair mais cedo (7 horas locais), não chovia mas não havia nada aberto para se alimentar em condições, o que acabou por acontecer mais tarde no "Don Pulpo"
 ** Baterias recarregadas, alma cheia, seguimos para Briolhos.
 ** Nesse trajeto, aconselho-vos a fazer um ligeiro desvio do Caminho para visitar as cascatas do Parque Natural da Ria Barrosa, lugar lindíssimo.
 ** Finda a visita, retomamos a rota, em bom piso e a rolar bastante bem, em direção a Padrón. A ãnsia de chegar ao destino era muito.
 **  A faltar 24 kms para Santiago, contactamos a nossa "logística", o Vita e a Sofia, para os avisar de que estávamos próximos da Catedral, para eles nos virem buscar. Um bem haja para eles.
** Quase a chegar a Santiago, a inscrição numa parede "Quem resiste, ganha" deu-nos ainda mais força para completar o Caminho, culminando a nossa aventura com a entrada na mítica Praça do Obradoiro, um momento mágico e inesquecível para nós.

 ** Após o levantamento das nossas Compostelas na oficina do peregrino e da compra de lembranças para os amigos e família, o banho da consagração foi no Seminário Menor, local onde os peregrinos têm tudo à sua disposição (dormitórios, balneários, cantina, lavandaria, cozinha, mercearia...). Fica no entanto um pouco afastado do centro.
** E foi assim a nossa primeira aventura a solo e de bike a Santiago, espero que seja a primeira de muitas e de que tenham gostado do meu relato tanto como nós gostamos de ter vivido e percorrido este Caminho.
Ficam também o álbum das fotos tiradas nos 3 dias e o track completo do Caminho para quem quiser.

Beijos e Abraços.
Sónia Pimenta.




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