segunda-feira, 21 de julho de 2008

Origem e evolução da bicicleta.

Primeiro importa referir que não há consenso quanto à origem deste meio de transporte, e quanto è evolução quantas marcas existem quantos tipos de evolução diferente existem também.
Etimologia: do Francês bicyclette.
Segundo o grande dicionário da Língua Portuguesa da Biblioteca Multilingue:
Bicicleta, S.F., Velocípede de 2 rodas, sendo a de trás posta em movimento por meio de uma corrente ligada a um pedal.
Mas esta é uma definição demasiado específica e incorrecta, porque deixa de fora as bicicletas que ao invés de corrente, têm veio de transmissão e deixa de fora as bicicletas que inicialmente tinham tracção à frente e todos os tipos de bicicleta que não tenham apenas duas rodas, pois mesmo com 4, 3 ou 1 roda, chamadas de quadriciclo triciclo ou monociclo integram-se perfeitamente na noção de bicicleta, ou não?
Portanto mesmo a definição de bicicleta não é unânime.

-Os antigos egípcios e babilónios parece que também já conheciam este meio de locomoção, ou pelo menos já idealizavam nos seus hieróglifos a figura de um veículo de duas rodas com uma barra sobreposta.

-Entre os séculos XV e XVI, diversos veículos de duas e quatro rodas foram criados, com mecanismos de corrente, alavanca e outros dispositivos, mas eram pesados e complicados. Além de a maior parte não seguir princípios básicos da física e outros tantos serem imitações de máquinas já existentes, há relatos de que os usuários tinham quedas frequentes.

As origens mais consensuais acerca da origem da bicicleta moderna são duas, Alemanha ou França.
-Existe no Deutsches Museum, de Munique, na Alemanha, um protótipo chamado bicicleta de Kassler, de 1761, mas os franceses afirmam que a peça encontrada nesse museu alemão foi exportada da França.


-O que parece certo é que no ano de 1790 em França, o conde Francês Sivrac, idealiza o celerífer ou celífero, que não era mais que duas rodas ligadas por uma ponte de madeira em forma de cavalo e movimentada pelo impulso alternado dos pés sobre o chão (à moda dos Flinstones), com a particularidade de não ter guiador.


-Contudo, estranhamente, parece que a bicicleta regrediu, pois o esboço de Leonardo Da Vinci, do século XV, registrado num código guardado no museu de Madrid, já tinha pedais e direcção, enquanto que tanto a Bicicleta de Kassler como o Celerífero não tinham (afinal há alguma coisa que o Da Vinci não tenha idealizado primeiro que os outros todos?). Muitos historiadores consideram-no o primórdio da indústria da bicicleta no mundo.

-Por volta de 1816 o barão alemão Karl Friedrich Christian Ludwig Drais von Sauerbronn adaptou uma direcção ao celerífero que passou a ser denominada de guidão. Apareceu então a draisiana, que continuava a ser impulsionada com os pés no chão.






-No ano de 1855 o francês Ernest Michaux inventa o pedal, que foi instalado num veículo de duas rodas traseiras e uma dianteira. Os pedais eram ligados à roda dianteira, e o invento ficou conhecido como velocípede, palavra oriunda do latim velocidade + pé ou velocidade movida a pé.

Bicicleta todo terreno (BTT)
A modalidade desportiva mountain bike ou BTT, nasceu na Califórnia em meados da década de 1950 através de brincadeiras de alguns ciclistas que procuravam desafios diferentes das competições de estrada tradicionais e de alguns surfistas que procuravam actividades para dias sem ondas.
Os primeiros nomes que apareceram foram: James Finley Scott: "provavelmente" a primeira pessoa a modificar uma bike exclusivamente para andar na terra, em 1953, utilizou um quadro Schwinn, pneus grossos, guiador plano, travões "cantilever" e mudanças.
Joe Breeze: Fabricou a primeira bicicleta para a prática do Mountain Bike, a Breezer N.º 1 em outubro de 1977.
Tom Ritchey e Gary Fisher foram os pioneiros na prática do desporto e no desenvolvimento de componentes em série.

O FUTUROAlém de algumas aberrações inventadas possivelmente para gozar com quem as utiliza, existem alguns tipos de bicicletas que estão a ganhar alguma notoriedade, para além de vários protótipos futuristas que com maior ou menor regularidade vão surgindo na comunicação social especializada, normalmente apenas golpes publicitários, para as marcas que as revelam.
Actualmente de todos os modelos de bicicleta alternativos a mais utilizada é a Bicicleta Reclinada, sendo já notório, existir bastantes seguidores deste modelo de bicicleta.



Característistas da Bicicleta ReclinadaUm humano a viajar a velocidades média baixa, a velocidades de 15-25 km/h, usando apenas a energia necessária para caminhar é o mais eficiente em termos energéticos meio de transporte.
A resistência ao ar que é proporcional ao quadrado da velocidade, necessitando de elevados níveis de força que aumentam dramaticamente enquanto a velocidade aumenta.

A bicicleta que coloca o ciclista numa posição sentada, ou de supino, ou mais raramente na posição deitado, e que ainda pode ser associada uma cobertura aerodinâmica, conseguindo uma resistência ao ar mínima é chamada de Bicicleta Reclinada.
Numa bicicleta normal o corpo do ciclista cria cerca de 75% da totalidade da resistência aerodinâmica, na equação Bicicleta/Ciclista.
Vantagens:
Respiração vai melhorar ao pedalar, pois os braços não comprimem o peito durante o exercício.
Costas não doerão mais, pois o banco (ou assento) é projectado para deixar o corpo como se fosse num sofá, na posição de postura ideal. Nunca se fica curvado para a frente ao pedalar uma reclinada.
Os braços, mãos e ombros não sofrem qualquer tipo de esforço, pois, diferente do que acontece numa bicicleta convencional, não existe qualquer peso/força apoiado sobre eles. Servem apenas para guiar a bicicleta.
As pernas ficam posicionadas à frente do corpo, caracterizando uma técnica diferente de pedalar e mantendo uma posição mais relaxada e confortável.
A visibilidade é muito melhor do que em uma bicicleta convencional, tem-se uma visão panorâmica e não se fica com a cabeça voltada para o chão obrigando a forçar o pescoço.
Desvantagens:Não pode saltar obstáculos e nem subir lancis.
Pisos muito pesados nem pensar. O máximo é estrada de terra e/ou cascalho em boas condições de uso.
São menos eficientes em subidas do que uma bicicleta convencional, mas uma vez dominada a técnica, as subidas passam a ser encaradas tranquilamente pelo ciclista reclinado.
Nas subidas mais íngremes, há que praticar o "empurra-bike". É impossível pedalar em pé numa reclinada.
A percepção de espaço é diferente, assim como a visão do trânsito par trás da bicicleta. Isso requer treino, e um espelho retrovisor é altamente recomendado nestas bicicletas.
O raio de viragem é diferente. Para dobrar uma esquina, principalmente no início, o ciclista reclinado precisa de mais espaço para virar.
As reclinadas são um pouco mais lentas para se adquirir velocidade, porém é muito mais fácil manter a velocidade máxima atingida. Ou seja, perdem no arranque, mas manter a velocidade final é mais fácil.
Como o centro de gravidade é mais baixo do que numa bicicleta convencional, a sensação de segurança ao pedalar é excelente.





Independentemente do formato, n.º de rodas, quadros em madeira, ferro, alumínio, carbono ou titânio, no monte ou na cidade, por trabalho, utilitarismo ou simplesmente por prazer, o que parece unânime é que a bicicleta veio para ficar e é efectivamente o transporte do futuro, além de não poluente, e numa sociedade cada vez mais sedentária, obriga o utilizador ao exercício físico, é fácil de estacionar e não necessita de carta.

Faz bem ao Corpo e à mente, que mais é preciso.

Boas Pedaladas.
Pedro "Trilhos"

Este artigo não pretende ser exaustivo, existem várias efemérides importantes na evolução da bicicleta, que aqui não foram referidas, as datas são também fonte de especulação pois encontrei para o mesmo evento por vezes 2 e 3 datas diferentes sendo que todas elas por norma não diferiam mais que 1 ano ou 2.