segunda-feira, 26 de maio de 2008

133 kms…… Crónicas da dureza das Pistas de Cicloturismo!


No domingo, dia 18 de Maio, pelas 07h30, juntaram-se 3 amigos, 2 atletas do Bike17eco – Pedro “Trilhos” Silva e o famigerado Trepador (Sousa) bem como o nosso amigo da Ecobike Vítor Silva, conhecido nestas andanças por Vitokourov.
O ponto de encontro: a Terra das gajas boas, Ermesinde.
O propósito: conhecer as Pistas de cicloturismo de Guimarães –Fafe (14.1kms) e de Famalicão – Póvoa de Varzim (10kms sensívelmente).
A manhã encontrava-se solarenga, o que se prolongou pelo dia fora, apaziguando os receios do Pedro e do Vítor, que me encheram a caixa de mensagens no dia anterior a solicitar a confirmação do passeio devido ao mau tempo! Parecia uma cena saída de um sketch dos Gatos Fedorentos…
Depois de um pequeno-almoço reforçado no pão quente mais próximo, o pessoal que fez directa tinha de se alimentar, pusemo-nos a caminho em direcção a V.N Famalicão.
A opção do passeio foi a seguinte: deixamos o carro estacionado em Famalicão, junto à Esquadra da PSP e, com a prestimosa colaboração dos Polícias locais que disponibilizaram um colega com um jipe, este último – colega de curso do Vitokourov que aproveitou para matar saudades- indicou-nos o local exacto do início da Ciclovia que liga Vila Nova de Famalicão até à Póvoa de Varzim (dista cerca de 500m da estação da CP local).
Esta ciclovia (Famalicão-Póvoa) tem na sua quase totalidade um piso com gravilha, em bom estado de conservação e regular embora escorregadio; possui vários cruzamentos com estradas nacionais e secundárias mas estes encontram-se bem assinalados; tendo em conta que era Domingo de manhã, a afluência de cicloturistas era normal; mas como no melhor pano cai a nódoa, esta pista não chega à Póvoa de Varzim, termina nas condições devidas na Freguesia de Balasar – a respectiva Câmara Municipal e os agricultores locais não devem ter chegado a um entendimento pois daqui em diante ele é pedras soltas, carreiros e caminhos de cabras, vacas e outros animais sem nome, ele é bloqueamento de percursos com máquinas agrícolas, vigas de madeira dos trilhos do comboio ainda colocadas, e tudo isto somado a toda a lama e poças de água acumuladas nos últimos tempos (lá se foi a limpeza das bikes e equipamentos). É pena que esta pista não esteja acabada pois ela tem como característica principal a beleza da sua paisagem rural, com todos os seus cheiros, bons e maus…., e segue alguns caminhos dos peregrinos de Santiago de Compostela.
Claro que, para destemidos como nós, isto foi a cereja em cima do bolo e fomos até ao ponto onde humanamente nos era impossível atravessar, pelo que cortamos caminho a pé até à estrada Nacional. Logo aí demos de caras com 2 chouriças estrangeiras e outro cromo a pedirem boleia, sendo que a donzela estava a usar todo o seu charme para cativar possíveis condutores – será que o mini-calção ajuda? O que deu logo azo a algumas bocas saudáveis do Vitokourov e do Trilhos!
Tendo declinado a nossa boleia caridosa, resolvemos continuar a nossa saga por mais 2 ou 3 km na Estrada em direcção á Póvoa de Varzim até encontrar por obra da Santa Inácia o nosso colega que era da 2º EIC – Cruz, que andava a passear a pé com a respectiva família e que tinha vindo a uma feira conhecida por aquela zona alguns metros mais adiante, feira essa que fica plantada no meio da estrada literalmente, facto que indignou o Vitokourov (havia de passar o resto do dia a falar disso), pelo que nos desaconselhou vivamente a tentar atravessar tal multidão em fúria. Posto isso, depois da despedida do nosso amigo, retrocedemos e fomos pela 206 para regressar a Famalicão. Reentramos na Ciclovia, paramos para um reforço alimentar merecido numa sombra e, passados poucos minutos, demos de caras com dezenas de betetistas que participavam numa prova local e que atravessavam a ciclovia precisamente no nosso refeitório improvisado… Este Pessoal das bikes é lixado!!! Cá se fazem cá se pagam, integramos a comitiva que desmobilizava pela pista, tipo infiltrados do SIS e fomos novamente até ao meu carro no centro da cidade.
O físico ainda estava em forma, o tempo 5 estrelas e foi então que surgiu o momento decisivo do dia: Ir de carro até Guimarães ou não, eis a Questão! Já tínhamos cerca de 50kms nas pernas e algumas horas em cima do selim, até Guimarães era mais 50 – ida e volta- e tinha ainda de se contar com os cerca de 28 kms da Ciclovia local – ida e volta!!!! Como só os duros é que penetram, optamos por ir de bike que era o que inicialmente tínhamos planeado; ademais, as nossas proezas tinham sido divulgadas junto dos locais pelo que não podíamos desiludir a malta nem o prestígio da equipa!

Lá metemos os pés a caminho pela Estrada Nacional, com uma 1ª paragem numa confeitaria da zona para abastecimento líquido e com o prazer de observar uma bela e bem abonada espécimen feminino famalicense ao balcão… na partida, a moral já era outra! Mas depois olhava-se para os lados e perdeu-se logo o fulgor anterior! Cerca de uma hora depois, lá chegamos à cidade Berço, o Vitokourov apresentando ainda uma frescura fora do vulgar, fruto dos km acumulados da maratona de Portalegre, o Pedro “Trilhos” e Eu já a acusarmos algumas mazelas e já a pensar no que ainda faltava para percorrer! Depois de uma breve sessão de fotos junto do Castelo de Guimarães para a posteridade, levamos com mais uma subida até ao início da Ciclovia.

A pista que liga Guimarães a Fafe possui um piso excelente, em alcatrão, tem vários cruzamentos e de salientar que são os utilizadores da ciclovia que tem prioridade nesses mesmos cruzamentos com as estradas secundárias, existe um stop para os veículos; tem um falso plano pois no sentido mencionado desce cerca de 7km, é só deixar a bike rolar, o que me aliviou bastante pois pude levantar o meu traseiro já bastante dorido; da parte que me toca, gostei menos dela pois a paisagem é muito semelhante, sempre pelo meio da floresta, com algumas excepções raras – campo de golfe, criação de avestruzes, apeadeiro abandonado transformado em café e é um bocado exigente para quem vem no sentido contrário pois sobe durante muito tempo devido ao falso plano que engana bastante. Se for feito com bastante intensidade, que foi o que nós fizemos no regresso, posso garantir que nem todos conseguem acompanhar o ritmo da subidita…

No fim da pista do lado de Fafe, atirei-me para o chão para um merecido descanso e para reforço alimentar, denotando já bastante cansaço e dor no cocsis, o Pedro idem, momentos aproveitados alegremente pelo Vitokourov para registar em fotografia o ar de desgaste da malta, pensando ainda no que faltava percorrer : regresso a Guimarães e depois Vila Nova de Famalicão….uiiiiiii. Ai o meu rico carrinho! Que jeito dava agora! Forças retomadas e espírito de sacrifício renovado, lá nos levantamos e já com a chuva a querer cair, o que veio a suceder, fizemos a pista sempre a abrir, para ver se acabava depressa, tendo rolado a um ritmo alucinante até chegar à cidade de Guimarães, onde provamos as iguarias da região numa confeitaria local para dar forças para enfrentar os últimos 25 kms.
Uma hora depois de ter levado no regresso com a Estrada Nacional, cerca de 7 horas em cima das bikes, 133 kms, e mais uma catrafada de subidas, com vento contra à mistura e já junto do meu carro em Famalicão, posso dizer que tivemos que sofrer bastante para chegar a bom porto, foi um treininho daqueles à moda antiga mas valeu pelo dia de convívio e de descoberta de novos percursos. Mas na próxima, os meus companheiros Vítor e Pedro não me enganam mais, é tipo Matrix: red pill or blue pill? De Carro ou de bike? Meus amigos depois desta crónica já sabem a resposta!!!!!
Sousa, o Trepador

4 comentários:

Anónimo disse...

A mim já não me enganam mais.

Anónimo disse...

GRANDE DIA!
TANTA CHORADEIRA POR CAUSA DE 100KM, DA PRÓXIMA FAZEMOS 200.
VENHA O PRÓXIMO PASSEIO.

Anónimo disse...

Ora bem, com tanto coxo junto, só podia dar nisto... desfalecidos em plena via pública , mais pareciam bezerros à solta no mato.
Frescura física...só ao balcão em Famalicão, pelos motivos atrás expostos( Até pareciam gladiadores romanos perante a presa).
Resta o consolo de se teren desforrado no selim, por tanto Km percorrido... abraço Mariachi.

ARTUR disse...

AFINAL PORQUE SÃO SÓ DOIS OU TR~ES A DESCOBRIR NOVOS TRILHOS, GIGANTONES?