domingo, 8 de julho de 2012

Dia 2 do Caminho Português Interior de Santiago - Lamego a Parada de Aguiar

** A saída foi cedo de Lamego, 07H00, com pequeno almoço no Pão Quente “ Pá doce”, único aberto àquela hora, onde as funcionárias estavam bem dispostas, sendo muito simpáticas e não foi muito caro.

**Ao ver a altimetria, pensei de Lamego à Régua vai ser um tiro, cerca de 8 km sempre a descer, mas enganem-se, as marcações nem sempre estão muito visíveis, pois com a ânsia de andar com velocidade elas passam quase despercebidas foi o caso em Souto Côvo,
um trilho escondido com descidas de escadas,
no meio da vinha com descidas, em singles, numa envolvência sobre o espetacular Douro Vinhateiro,
logo após passagem por Sande e descida até ao Peso da Régua,
com entrada  pela Ponte do comboio agora restaurada, sobre o Douro. Enfim demorámos cerca de 40 minutos com sessão fotográfica.
** O Rui Pereira decide regressar de comboio a casa já que não se encontrava nas melhores condições, ficando de nos ir buscar amanhã a Chaves.
**Paragem no mercado da Régua para abastecer de fruta, onde a vendedeira também entrou no espírito da brincadeira.
**Ao dizer adeus à Régua fomos brindados com uma respeitosa subida (quase até Santa Marta de Penaguião)
sempre por estrada com passagem por Lobrigos – São João Baptista, onde existe uma fonte e o Miradouro, valeu-nos uma boleia em cima de uma pick-up nos últimos 3 km.

**Ao descer para Vila Maior, um ataque às cerejas, estavam reluzentes em tons rubro  vermelho apelativo ás papilas gustativas, pelo que não resisti, subi ao monte e alimentei a prole.
**Passagem por Stª Marta
e antes de chegar a Banduge, dá-se início a uns dos melhores singletracks do caminho, 
sempre no seguimento de um curso de água, com uma escarpa do nosso lado esquerdo e vegetação muito densa,
mas de uma beleza inigualável, mas sempre com muito respeito pelas mais elementares regras de segurança, não vá o diabo tecê-las.


**Ao sair do single, estamos em Banduge, onde pelo simples pedido de água ao Sr. Serafim,
fomos presenteados com uma oferta de pêssegos e vinho tinto de 14, 5 %,
após este reforço e já “dopados”,  tivemos uma parede em estrada até a aldeia de Concieiro
em que nos cruzamos com um casal de peregrinos austríacos, que vinham em sentido contrário e iam a pé até Belmonte.

**Depois uma boa descida até ao leito do rio, 
segue-se uma das valentes picadas do dia, 45 mn a empurrar a bike com todo o peso,
antes de chegar a Veiga, onde conseguimos comprar pão e bananas ao padeiro itinerante, que também é cá da malta do ciclismo.

**Antes da Cumieira, na EN2, não fomos pelo caminho, o qual se juntava mais à frente naquela vila e seguimos sempre por estrada até Vila Real, se bem que a maior parte dele coincide com a EN2.
**Chegada ao Comando da PSP de Vila Real, onde nos aconselharam o almoço na churrasqueira Lopes,
mais uma vez um dos sócios é amante destas andanças, que no mês passada também fez o caminho de vila real até Santiago, deu-nos algumas dicas sobre o trajecto.

**Despacho de última hora, já fartos de carregar as mochilas e alforges, pedimos ao motorista da Autoviação do Tâmega, que as levasse até Vila Pouca de Aguiar, para serem deixadas na GNR, por parte do Rui Silva, a pressa foi tanta para carregar que a ferramenta necessária e vestuário foi tb junto, mas não fez falta.

**Depois de Vila Real, um misto de estrada e trilhos por localidades rurais.
**Ao sair de Vilarinho de Samardã, temos uma descida fantástica, em calçada romana, 
muita acentuada e pouco ciclável,
até uma ponte degradada sobre o rio Corgo.
*E mais uma picada 
para depois entrar em Samardã na Ciclovia da Linha do Corgo.
**A partir deste ponto foi sempre a pedalar na casa dos 34 Km/h, pois a pista está um espetáculo, principalmente quando entramos na parte alcatroada.
*Paragem em Tourencinho, no café Central, para abastecer o corpo e fazer algum tempo de espera.
**Continuação pela ciclovia até Parada de Aguiar, local onde fica o albergue, sendo que o Caminho anda a par da Ciclovia em algumas fases.
**Condições excelentes do albergue
( 3 quartos com beliches, sala de estar e cozinha toda equipada, 2 casas de banho com chuveiros, etc….) uma antiga escola primária, sendo o responsável pelo mesmo o Sr. Aprígio, pessoa de uma  grande simpatia.
**Um colega nosso, de férias e que reside em Carrezedo de Montenegro, o Cardoso 
deu-nos um apoio fantástico e foi buscar as nossas mochilas à GNR, fazendo-nos companhia para o jantar.

**O Jantar foi no Restaurante Costa do Sol/ Hotel Aguiar da Pena


em Vila Pouca de Aguiar, foi Vitela á Maronesa, uma carne de origem demarcada, acompanhado de um tinto da casa, tudo com muita qualidade.
**Visita ao ex-libris de Vila Pouca de Aguiar, o Castelo de Aguiar, ali tem uma panorâmica deslumbrante com enquadramento geográfico espetacular de Vila Pouca de Aguiar, 
que fica num vale, protegido pela Serra da Padrela e pela Serra do Alvão. Para visitar o Castelo temos de fazer um grande desvio do caminho, só foi possível porque estávamos com um carro.

**Aproveito para aconselhar a quem ficar no albergue para ter paciência com a falta de educação do vizinho que mora em frente, que provavelmente teve uma má experiencia com outros alberguistas e agora descarrega em todos os visitantes.

**Em suma, os trajetos no Douro vinhateiro são de uma beleza sublime, com picadas atrozes, como dizia Miguel Torga sobre esta paisagem “é um excesso da natureza, moldada pelo homem” . A ciclovia do Corgo vale a pena experimentar, consumada com a simpatia e hospitalidade dos habitantes, foi um dia muito encantador e inolvidável.

Rui Silva.



Fotos deste Passeio

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