sábado, 2 de maio de 2009

Maratona de Portalegre - É tudo plano!




Conceito de treino desportivo
“Processo pedagógico complexo que visa desenvolver a aptidão do atleta ou da equipa para o desempenho desportivo, no quadro específico das situações competitivas, através da prática sistemática e planeada do exercício, orientada por princípios e regras cientificamente fundamentadas.”





Bem, meus amigos, se há coisa que os atletas do Bike17Eco não conhecem é precisamente este conceito, isto de entre muitos claro… Nós é mais o Conceito de Zona de Abastecimento e Onde é que é o Tacho?
Prova material do supracitado: a nossa classificação na mítica Maratona BTT de Portalegre, eu em 848 ° lugar com 08:14:27 nas pernas e em cima do selim e o 856 ° lugar do Trilhos com 08:16:34 de prova, 2700m de acumulado (afinal o Alentejo não é todo plano), últimos 25 kms com uma ascensão dos 550m aos 1020m até ao alto da Serra de S. Mamede isto compreendido entre o km 74 e 90, tudo misturado com um dia solarengo e já a prometer dias bem mais quentes.
Bem, vamos ao que interessa, pela primeira vez, eu e o Trilhos fomos representar o Bike17Eco nesta famigerada prova, acompanhados do pessoal da Ecobike, Jorge Almeida, Marito, Valente Compostela, Calheiros, Rocha, Gouveia e Santos, sendo que alguns deles marcavam a sua 2ª presença na prova. Principal tema de conversa e de preocupação: a dureza excessiva da prova deste ano com a extrema dificuldade da subida ser na parte final da prova.
Já com o Hotel de 4 estrelas devidamente marcado pelo Valente Compostela, o Hotel Candelária (Valente estás de parabéns pois o espaço era excelente, que o diga o Trilhos que aproveitou a piscina no Domingo), para uma noite no caso do pessoal do Ecobike e duas no nosso caso, o que veio a comprovar-se uma escolha acertada devido ao cansaço da prova, hotel esse situado a cerca de 25 kms para sul de Portalegre, em Cabeço de Vide, Concelho de Fronteira.
Dá para perceber claramente que neste fim de semana da Maratona respira-se BTT por todo o lado, tudo na região gira em torno deste evento, esgotando rapidamente as reservas nos hotéis e pensões da zona.
Viagem: saímos de Vila Nova de Gaia pelas 16H00, com o Jorge e o Marito já a terem as suas brigas habituais de casal e o Jorge a desafiar tudo e todos para a prova - fomos pela A29 até Estarreja, seguimos depois pela A25 em direcção à Covilhã depois A23 em direcção a Castelo Branco e seguidamente IP2 em direcção a Portalegre /Nisa, altura em que o Trilhos pôs o nosso GPS a funcionar e entramos pelo meio das localidades alentejanas, fugindo à monotonia das estradas nacionais, em direcção a Alter do Chão e logo depois Cabeço de Vide, chegando quase pelas 21H00 com a fome a apertar. Altura de arrumar as tralhas nos quartos e jantar num restaurante económico da vila, café Avenida, situado a pouco mais de 100 m do Hotel, onde eu e o Trilhos iniciamos o nosso treino com um prato de carne de porco à alentejana… Feita a digestão com uma volta de reconhecimento e apeada pela vila, a malta recolheu-se no Hotel em estágio, com encontro marcado para o dia seguinte pelas 06H30 da manhã para o pequeno almoço da ordem e consequente saída para Portalegre.

Dia da Prova: saímos então pelas 07H30 do hotel e concentramos então no local da partida da prova meia hora depois, onde já se acumulavam milhares de betetistas, ficando mais ou menos a meio do pelotão de 3500 atletas, muitos para fazer a meia maratona, no nosso caso do Valente Compostela, atleta em grande forma e que tinha a vantagem de ter a ajuda divina depois de uma passagem por Fátima com a família, ocasião ideal para revemos os gráficos já habituais do Trilhos e tentar gerir a prova da melhor forma possível. O trajecto envolvia a primeira parte por estrada, depois entrava-se pelos trilhos, com passagens por Herdades particulares, paisagem envolvente característica do Alentejo, com piso rápido para se rolar mas sem dar descanso à concentração pois raízes e pedras soltas pululam o caminho, primeiras subidas também com bom piso e descidas rápidas a acompanhar, ficando o pior piso na minha opinião na grande dificuldade do dia, pois tinha muita pedra solta na subida bem como na parte inicial da descida, aí nota-se toda a diferença entre uma Bike rígida e uma de suspensão total, fiquei com as minhas mãos e costas k.O.
Quanto ao decorrer da prova em si mesmo, às 09H00 em ponto, foi dada a partida, com os prós a arrancar a toda a velocidade e nós só 3-4 minutos depois, devido ao aglomerado impressionante de betetistas, com milhares de pessoas nas ruas a incentivar os atletas, seguimos por estrada nos primeiros 12 kms, quase sempre a subir até à divisão da meia com os 100 kms, nesta fase já o Trilhos, o Rocha e eu tínhamos ficado mais para trás pois os outros já iam com andamento elevado, sinal de que estavam bem, pelo que devido à falta de treinos e eu com esta dor no joelho que se veio a manifestar mais tarde outra vez, mantivemos o nosso ritmo, com o Rocha a seguir depois o seu destino na tal divisão no alto da subida pois ficamos a rectificar uma avaria do Trilhos. A partir daqui, eu e o Trilhos fizemos a prova em conjunto, com este último a denotar cedo algum grau de salapismo que não é habitual mas que acabou por conseguir gerir durante a prova toda, já estava era farto de o ouvir dizer para eu ficar com a chave do carro, não estava o Saca Saca e depois é isto.
O esforço e a concentração é tanta durante a maratona que nem dá para ver se passamos por alguém conhecido. Entretanto tive furo pelo que deu para fazer descanso e tirar umas fotos. Mas como o nosso objectivo principal era terminar a prova, dentro ou fora do horário regulamentar, lá nos pusemos na estrada de novo ao nosso ritmo
Só encontramos alguém da Ecobike nos últimos 20 kms e numa descida, neste caso o Jorge e o Marito que estavam a remendar um furo, sabendo aí então as novidades da malta, uma queda aparatosa do Santos mas sem gravidade, as cãimbras a atacar o Calheiros, perguntou-se por onde andava o Rocha, etc. … As confusões normais nestas andanças, o Marito a resmungar por estar sempre a esperar pelo Jorge, pelo que reagrupamos no penúltimo Abastecimento, onde tentei então seguir o Marito na grande dificuldade do dia, ficando o Jorge com o Trilhos. Por esta altura sentia-me bem, o Marito estava como fresquinho, tentei acompanhá-lo mas no início da subida vi logo que aquele ritmo não era para mim por isso abrandei e, esperando-me cerca de 14 kms a subir, meti o meu ritmo e segui caminho. Aí foi o descalabro completo, arrebentei completamente, o Jorge passou por mim e tentou rebocar-me mas não havia condições pelo que o “dispensei” e fiz cerca de 2/3 da subida numa constante a pé e em cima da bike, juntando-me a dezenas de outros betetistas que estavam a levar a mesma pinga. Nunca me custou tanto fazer uma subida meus amigos e logo eu que sou adepto da categoria. Quando cheguei ao topo da Serra de S. Mamede, foi um alívio, tempo de reabastecer, tirar umas fotos da paisagem e fazer a descida sem correr riscos, o que não foi fácil pois descia bem e o piso era muito irregular. Chegando à meta no jardim principal de Portalegre, foi uma sensação de dever cumprido, aproveitando o descanso para uma merecida massagem nas mãos de uma profissional. Já tinha chegado toda a gente menos o Trilhos, que dois minutos depois concluiu a prova e pirou-se logo para o carro – não estava com fome de paleio – e que pouco tempo perdeu afinal e o Rocha que chegou mais tarde. Depois dos banhos, tempo de conversas sobre o decorrer da prova no respectivo almoço - jantar com uma sopa de cação de morrer e pedir por mais – alguns artistas repetiram para fugir à super massa colada de spaghetti.
Hora de bazar para a malta da Ecobike até ao Norte, enquanto eu e o Trilhos regressamos ao Hotel para um merecido descanso, tirando proveito no dia seguinte da piscina e de uma volta por Portalegre para conhecer um pouco da Cidade, antes de nos meter a caminho também, o que penso ser a melhor opção quando possível pois dá para descansar devidamente.

Conclusões: uma logística impressionante para uma prova de BTT, uma excessiva dureza dos 100 kms em relação ao ano passado segundo os repetentes – se calhar para fazer uma maior selecção – o espírito de sacrifício dos betetistas, paisagens e trilhos espectaculares, para serem desfrutados com mais tempo e sem stress, uma experiencia única, um fim-de-semana em que tem de se estar preparado para despender algum dinheiro, uma zona do país a visitar claramente com mais tempo!

PS. Conceito de quê?

Trepador

Crónica Sprint Veloce Team
Vídeo BTT-TV
Notícia Correio da Manhã
Download do Trilho (100Km)

4 comentários:

Saca Saca disse...

É o chamado conceito de massacre! Desta vez falhei mas acho que até calhou bem pois 100 km é duro. Sousa, acho que é melhor o pessoal começar a distribuir chaves suplentes dos carros antes de começarem as provas... Abraços e beijinhos!!!

Mário disse...

esta malta do Bike 17 Eco está a faltar aos treinos.
Provas duras é como limpar o cú a meninos aos Sprint Veloce Team.
Um abraço Marito
Estou em alta.

Pedro "Trilhos" disse...

Conceito de levar coças descomunais e de não me enganam mais também são conceitos que passei a conhecer muito bem.

litos compostela disse...

bem digo que a malta do bike17eco é um embuste ciclistico!!!! quando a prova passa de facil a médio, já que borram todos...fraquinhos...rsrsrsr. continuem assim, um abraço do litos compostela