** Este é um trilho de facto bastante exigente (e de beleza ímpar) dado algumas partes terem de ser realizadas com a bicicleta à mão num bom período de tempo, juntem-lhe temperaturas na ordem dos 40/45 graus como apanhamos nesta semana do calor intenso, correndo o risco de desidratar, não aconselhável a fazer sozinho dado o seu isolamento em algumas partes nas falésias, arribas, desníveis e se tiverem vertigens, pelo que devem preparar muito bem a caminhada ou este percurso a todos os níveis.
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** Os altetas da aventura deste ano eram os habitués destas andanças, o Pimenta "Saca Saca", o Sérgio "Fugas", o Silva "Escolinha", o Pedro "Engenheiro" Cintra, o nosso amigo da Travessia de Portugal de 2010, que novamente se juntou a estes chouriços para mal dos seus pecados, a minha pessoa e o Ferreira "Freak" no seu habitual e incansável apoio logístico
** Após contactos prévios, as nossas pernoitas passariam pelos Bombeiros de Santiago do Cacém, a Unidade de Controlo Costeiro da GNR da Zambujeira do Mar (entidades heróicas a quem agradecemos desde já a prestimosa colaboração, calorosa receção e hospitalidade ímpar prestada a estes mafarricos) e a Pensão das Dunas na Carrapateira, um alojamento local tradicional, perto da magnífica praia da Carrapateira, no qual o proprietário Sr. Eduardo, adepto do BTT e membro da direção da rota vicentina, representa de sobremaneira a paixão que move aquela gente pela dinamização e preservação da Rota Vicentina, das suas tradições e cultura locais.** Tróia a Santiago do Cacém (85 kms)
Saímos então de minha casa em Corroios (Seixal) de carrinha bem cedinho para Setúbal para apanhar o 1º ferry para Tróia, às 07h30. Já nos esperava o Engenheiro que fez um ligeiro aquecimento vindo de casa. Deixava-se a marina e doca de Setúbal para trás, com a beleza ímpar da Serra da Arrábida em fundo e Tróia como destino. A viagem demora cerca de 30 mn e já se viam vários grupos de ciclistas fazerem a travessia para também darem início às suas aventuras.
** O local de aproximação do ferry em Tróia, ponto já mais distante do centro de Tróia e da marina.
**O início percorre sempre a ciclovia até sair de Tróia, entra-se na estrada nacional direção a Comporta, local onde se entra nos campos de arrozais e o trajeto ganha logo outra cor e beleza.
** Breve paragem em Carvalhal para um reforço numa zona de lazer e convívio com o Ferreira.
**Retoma-se a nacional passando por Pinheiro da Cruz e respetiva vista da cadeia.
** Em Melides, ainda antes das 12H00, o calor já apertava bastante, aí decidimos fazer um desvio de 4 kms do trilho e almoçar no restaurante "O Artesão", uma boa escolha para almoço mas uma má decisão a nível de gestão de percurso pois a malta ficou de barriga cheia, e com o calor que nos esperava e a ter a fase mais dura do percurso ainda pela frente, revelou-se complicado.
**Barrigas e almas cheias, voltou-se a dar ao pedal, o calor era abrasador, iniciando-se um percurso florestal, com alguns trilhos com areia, para depois largos estradões, sem ponta de sombra, um rompe pernas autêntico, com a cereja no topo do bolo com duas descidas ao leite seco do rio.
** O calor era em demasia, o Silva e o Pimenta acusaram mais o desgaste, mesmo após uma fonte retemperadora, pelo que escutaram o seu organismo e decidiram fazer os últimos kms por estrada, ficando desde já a brincadeira dos corta-trilhos, o Engenheiro já matava saudades dos cortes destes mafarricos do Bike17Eco.
**O Sérgio e o Pedro estavam fresquinhos como um alface da minha horta, facto que se prolongou até ao final da aventura pois foram os dois valentes a conseguirem percorrer os trilhos mais difíceis na sua totalidade (como ficará demonstrado mais para a frente), eu já apresentava algumas dificuldades mas resolvi continuar com eles até Santiago do Cacém, sofrendo com o sobe e desce e muito como o calor mas lá consegui.
** O planeamento das nossas etapas permitia-nos maioritariamente desfrutar do resto da tarde pelo que rumamos para a Lagoa de Santo André, local idílico para um merecido banho retemperador e praticar descanso.
** De regresso ao quartel, era hora do reforço alimentar na companhia de dois bravos bombeiros, com o Ferreira na logística nada falha meus amigos.
** Amanhã era outro dia, faziam-se apostas para quem seria o primeiro a ressonar na nossa camarata e pôr os cabelos em pé ao Pimenta, ao Ferreira e ao Cintra, rezam as crónicas que eu, o Silva e o Sérgio não ressonamos....pouco!
Sousa "Trepador"
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